terça-feira, 30 de outubro de 2012

A nossa homenagem a Syria


Turquia, Síria e Líbano 2009


Em bom tempo empreendemos esta viagem. É com muita pena que quase diáriamente assistimos a imagens de violência e destruição na Síria. Um País com um povo tão caloroso e uma História tão rica que se traduz nos monumentos e nos achados arqúelógicos espalhados por todo o País. Quem sabe desta nossa viagem, agora diz: "ainda bem que voçês já lá foram..."

É uma incógnita o futuro da Síria. Ainda bem que aproveitámos aquela época de paz e calmia para conhecer estes Países tão especiais. Sentimos sempre uma mágoa e angustia quando vemos agora as imagens que vêm de lá, por isso prestamos a nossa homenagem através destas fotografias aos povos destes Países.

"A guerra é um massacre entre pessoas que não se conhecem para proveito de pessoas que se conhecem mas não se massacram."



A nossa viagem começou na Turquia. por uma questão de custos, escolhendo Istanbul como nosso porto de desembarque. Para alem dos custos, voltar a Istanbul é sempre um prazer e qualquer desculpa é válida para regressar a esta cidade maravilhosa e ficar aqui mais um par de dias. Se tiver que escolher Istanbul como porto de partida para qualquer sitio, ficarei certamente sempre mais um par de dias...
Apanhámos depois um Voo doméstico para Gazianthep, já no Sul do País e daqui via terrestre até à fronteira com a Síria. Aleppo, Latakia, Damascus e Homs fizeram parte do nosso roteiro. Atravessámos a fronteira para o Líbano de camioneta e viajámos por Beirut, Baalbek e o impressionante sagrado Vale do Kadisha.




Um grupo de peregrinos a cantar em tom de oração na Mesquita de Umayyad, em Damasco.
É património da Unesco e considerado o 4º lugar mais sagrado para os muçulmanos.
Tem um santuário no qual se supõe estar guardada a cabeça de João Batista, considerado um Profeta do Islão. Conta-se que a cabeça foi encontrada durante as escavações para a construção da mesquita.


É nesta Mesquita que se crê que Jesus, outro Profeta do Islão voltará no fim dos Tempos.


O colorido, animado e autêntico Bazaar de Damasco. Se tivesse que eleger o Bazaar mais autêntico sería certamente este. Turistas havia poucos, e a maior parte dos afluentes eram Syrios que iam ali fazer as suas compras.




Na Rua Direita, no centro de Damasco, rua mencionada na Bíblia, onde S. Paulo se terá convertido ao Cristianismo, conhecemos este homem de origem curda que nos convidou para tomar chá em sua casa e onde nos ofereceu um recital de musicas tradicionais.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

China 2005

3 SEMANAS PELA GIGANTE CHINA

E agora a China, mas sem palavras. Apenas imagens. Podemos quando muito imaginar uma musica de fundo, daquelas melodias chinesas...de flauta.






























terça-feira, 23 de outubro de 2012

Porquê de mochila às costas?

Nós preparamos um roteiro, mais ou menos para ser cumprido ( muitas das vezes não o é...), reservamos o Voo, marcamos a 1ª noite de estadia e depois é aguardar impacientemente a data da viagem.
Normalmente coloco o itinerário todo em papel com datas e os lugares onde vamos pernoitar. Mas este roteiro nunca é muito rigoroso. Em 1º lugar, porque estamos dependentes dos transportes publicos, como comboios ou camionetas e só no momento e no lugar temos conhecimento dos horários e da disponibilidade. Pode acontecer termos planeado seguir num determinado dia, mas depois quando chegamos, e embora a nossa prioridade, quando chegamos é logo tratar dos bilhetes para o destino seguinte, estarem todos os transportes cheios ( como já aconteceu ) e só podermos partir no dia seguinte.
A outra vantagem destas viagens é que somos nós que decidimos se queremos ficar ou não. Chegamos a um sítio e ainda é mais maravilhoso do que previmos, então porque não ficar mais um par de dias? Afinal o roteiro está unicamnete dependente de nós, não é? Ou então, o sítio afinal não é nada daquilo que esperávamos, e então em vez de ficar as duas noites planeadas, ficamos só mesmo uma.
Para nos deslocarmos de sítio para sitio nos comboios e nas camionetas, a mochila é mais prática. Pesa-nos às costas , é certo, mas são os nossos sapatos que pisam os terrenos que nos aparecem, que até podem ser muito lisos e alcatroados, como um caminho todo esburacado ou empedrado ou cheio de lixo...
No entanto, será mochila às costas enquanto as pudermos carregar. Podem não acreditar, mas já nos temos cruzado com Mochileiros com mais de 70 anos! Admirável.
Mas a bagagem é o menos importante. O mais importante é mesmo a viagem e o espirito da viagem. Não digo que quem esteja uma semana num resort numa praia tropical, não tenha viajado, pois viajar significa partir de um lugar para outro, mas na minha opinião, o conceito mais adequado será "passar férias". Não há nenhum mal nisto. "Férias" tambem é uma palavra agradável. Mas viajar para nós, e para os termos deste blog, é partir com outros objectivos. Queremos sentir cheiros, ouvir uma língua diferente, ver hábitos diferentes, mesmo que às vezes nos possam parecer pouco ortodoxos, comer onde os locais comem, viajar nos meios que eles viajam, conversar com eles, ver como eles vivem, deixarmos a nossa rotina para assistirmos à rotina dos outros. No meio disto tudo, queremos visitar os monumentos, as igrejas, os Museus, os Parques, etc etc Tanto podemos estar numa cidade grande, como no dia seguinte numa aldeia no meio do nada. Num dia estamos a visitar um Museu, e no dia seguinte  a subir a uma montanha. Num dia estamos de papo para o ar numa praia tropical, e no dia seguinte estamos numa floresta a dormir perto de animais. Num dia almoçamos num optimo restaurante, e no dia seguinte comemos umas sandes numa viagem de 10 horas de autocarro.
As mochilas enquanto bagagem adaptam-se mais a este estilo de viagem. Mas se chegarmos aos 70 anos e não conseguirmos carregar com elas às costas, levaremos outro tipo de malas, mas as nossas viagens serão sempre de "mochila às costas".

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Equador 2002

Quando decidimos viajar para o Equador, algumas pessoas perguntaram-nos "Porquê Equador?". E isto porque nunca tínhamos ido à América do Sul, e normalmente é mais comum partir para Países como o Brasil, Peru ou Argentina...E tambem porque normalmente quem vai ao Equador tem na mente o objectivo principal de visitar os Galápagos.
A nossa principal razão tinha a ver com a Amazónia. Tinha este enorme desejo de conhecer esse Paraíso na Terra, e embora seja mais comum viajar para o Brasil e até fazer a travessia de barco de Manaus até Iquitos, por exemplo ( outro grande sonho, ainda por realizar...), na altura, estamos a falar de há cerca de 10/ 11 anos, durante as nossas pesquisas, chegámos a conclusão que a maneira mais fácil e económica sería a partir do Equador. Comecei a ler coisas sobre o País em causa e rapidamente a vontade de o conhecer tomou conta de mim. Não incluímos os Galápagos no nosso roteiro, com muita pena, mas já fugia do orçamento e só tínhamos 3 semanas e como os nossos principais meios de transporte são as camiontea se comboios, e não o avião, temos sempre que contar mais algumas horas para essas deslocações.
Outro dos pontos altos desta viagem sería o comboio "Nariz del Diablo". Já adoramos esse meio de transporte, mas perspectivar uma viagem num comboio antigo a vapor pelo meio dos imponentes Andes, com a possibilidade de nos instalarmos no tejadilho, ainda mais nos entusiasmava! Esta viagem, para alem da Amazónia, claro, foram os pontos altos desa aventura pelo Equador. Todos em cima do tejadilho, com vista priviligiada, passámos pelas cadeias montanhosas e dramáticas dos Andes, por entre desfiladeiros por vezes estreitos e outras por vales amplos com visats de cortar a respiração, atravessando aldeias simpáticas à volta das suas igrejas e escolas com as crianças a acenarem dos pátios.

As primeiras viagens...Foi aqui que a paixão nasceu?

Os meus pais viveram na Alemanha na década de 70 e nessa altura, andar de avião era quase um luxo e por um lado ainda bem. pois as viagens que fazíamos entre os 2 países no Verão e às vezes no Natal eram empreendidas de carro. Era uma aventura! Numa altura em que ainda havia fronteiras nesta europa que agora é comunitária. Num altura em que quase não havia autoestradas. Não havia cadeirinhas de bébé e as crianças podiam ir no lugar da frente ao colo das mães. A viagem demorava cerca de 2 dias com o meu pai, que sempre adorou conduzir, ao volante, numa viagem quase directa, com paragens apenas para as casas de banho e para o café. Dos 3 aos 11 anos foram estas as minhas grandes viagens. E, já nessa altura, apesar da tenra idade, sentia um fascinio imenso por essas viagens, embora não fizéssemos qualquer turismo, não parávamos para visitar um monumento ou pernoitar em algum hotel, pois o objectivo era mesmo chegar ao destino, mas só a viagem, a deslocação em si já era uma enorme aventura para mim. À noite, as luzes de Paris a tremelicarem na noite ao longe ou as filas  sob um Sol ardente na fronteira de Vilar Formoso para saír da Espanha, naqueles locais de fronteira sempre muito animado ou os edificios cinzentos das casas de banho à beira das estradas em França onde parávamos de madrugada e o meu pai aproveitava para esticar as pernas.




Mais tarde viria a fazer pequenas viagens dentro do País, até Espanha...e mais tarde pegar na mochila e correr parte do mundo, não só para ver monumentos e locais turisticos, mas tambem ou acima de tudo, para ver lugares, pessoas, costumes, sentir cheiros e ouvir sons, percorrer estradas, atravessar fronteiras, subir montanhas e muito simplesmente "correr mundo".