terça-feira, 23 de outubro de 2012

Porquê de mochila às costas?

Nós preparamos um roteiro, mais ou menos para ser cumprido ( muitas das vezes não o é...), reservamos o Voo, marcamos a 1ª noite de estadia e depois é aguardar impacientemente a data da viagem.
Normalmente coloco o itinerário todo em papel com datas e os lugares onde vamos pernoitar. Mas este roteiro nunca é muito rigoroso. Em 1º lugar, porque estamos dependentes dos transportes publicos, como comboios ou camionetas e só no momento e no lugar temos conhecimento dos horários e da disponibilidade. Pode acontecer termos planeado seguir num determinado dia, mas depois quando chegamos, e embora a nossa prioridade, quando chegamos é logo tratar dos bilhetes para o destino seguinte, estarem todos os transportes cheios ( como já aconteceu ) e só podermos partir no dia seguinte.
A outra vantagem destas viagens é que somos nós que decidimos se queremos ficar ou não. Chegamos a um sítio e ainda é mais maravilhoso do que previmos, então porque não ficar mais um par de dias? Afinal o roteiro está unicamnete dependente de nós, não é? Ou então, o sítio afinal não é nada daquilo que esperávamos, e então em vez de ficar as duas noites planeadas, ficamos só mesmo uma.
Para nos deslocarmos de sítio para sitio nos comboios e nas camionetas, a mochila é mais prática. Pesa-nos às costas , é certo, mas são os nossos sapatos que pisam os terrenos que nos aparecem, que até podem ser muito lisos e alcatroados, como um caminho todo esburacado ou empedrado ou cheio de lixo...
No entanto, será mochila às costas enquanto as pudermos carregar. Podem não acreditar, mas já nos temos cruzado com Mochileiros com mais de 70 anos! Admirável.
Mas a bagagem é o menos importante. O mais importante é mesmo a viagem e o espirito da viagem. Não digo que quem esteja uma semana num resort numa praia tropical, não tenha viajado, pois viajar significa partir de um lugar para outro, mas na minha opinião, o conceito mais adequado será "passar férias". Não há nenhum mal nisto. "Férias" tambem é uma palavra agradável. Mas viajar para nós, e para os termos deste blog, é partir com outros objectivos. Queremos sentir cheiros, ouvir uma língua diferente, ver hábitos diferentes, mesmo que às vezes nos possam parecer pouco ortodoxos, comer onde os locais comem, viajar nos meios que eles viajam, conversar com eles, ver como eles vivem, deixarmos a nossa rotina para assistirmos à rotina dos outros. No meio disto tudo, queremos visitar os monumentos, as igrejas, os Museus, os Parques, etc etc Tanto podemos estar numa cidade grande, como no dia seguinte numa aldeia no meio do nada. Num dia estamos a visitar um Museu, e no dia seguinte  a subir a uma montanha. Num dia estamos de papo para o ar numa praia tropical, e no dia seguinte estamos numa floresta a dormir perto de animais. Num dia almoçamos num optimo restaurante, e no dia seguinte comemos umas sandes numa viagem de 10 horas de autocarro.
As mochilas enquanto bagagem adaptam-se mais a este estilo de viagem. Mas se chegarmos aos 70 anos e não conseguirmos carregar com elas às costas, levaremos outro tipo de malas, mas as nossas viagens serão sempre de "mochila às costas".

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