domingo, 28 de setembro de 2014

De Thanjore a Pondycherry

25 de Setembro

O qurarto do hotel Vali tem uma ventoinha no tecto, mas como o ar é muito quente, o ar que circula é quente também.
Acordo perto das oito, acabo de arrumar a mochila e como e bebo chá no restaurante no rés do chão. Espera-me um dia relativamente incerto. Quero ir para Pondicherry e há-de ser de autocarro, mas não sei ainda quanto tempo vou demorar. Na recepção dizem que há muitos autocarros, mas não sabem mais informações. Apanho então um riquexó para a estação de camionetas e fico decepcionada quando me informam que o autocarro só sai às 9.50, ou seja, tenho meia hora de espera. Um dos funcionários indica-me aponta-me para uma suposta sala de espera. É um cubiculo com cadeiras poeirentas e cartões no chão e hesito, mas olho à volta...então e espero onde? De pé, junto aos vendedores de frutas, bolachas e chás da estaçao? Ou no chão, como muita gente faz, sentada ou deitada. Resigno-me e ocupo apenas um pedaçinho da cadeira, mas passado um tempo, as costas começam a queixar-se, ignoro o pó acumulado durante anos na cadeira e recosto-me. O autocarro pelo menos é pontual. Já sei nesta altura que tenho que viajar até Chidambaram, cerca de quatro horas de viagem, e depois aqui mudar para outro autocarro. As cidades pelas quais passo são muitas. Parecem todas iguais. As casas estão construídas quase em cima da estrada e as lojas sucedem-se umas às outras. Placas coloridas anunciam os espaços, muitas vezes com desenhos de homens ou mulheres, ou fotografias e anunciam coisas como por exemplo “Freinds Electronic”. Vende-se equipamento electrónico; telemóveis; frutas e legumes; mercearia; sarees e kurtas; panelas e tachos; joalheria; tudo e mais alguma coisa, à beira da estrada, ou em lojas fechadas com montras ou mesmo em banquinhas. Alfaiates há muitos. Tambem estão em plena actividade nas suas máquinas de costura,sobre a estrada.
Passamos por Kumbanakoram onde tambem há um templo importante. Mas templos menos importantes, avisto-os ao londo de todo o caminho, no mesmo tipo de arquitectura sul indiana, com um goparam mais ou menos alto, esculpido de deuses e figuras coloridas que contam histórias do sagrado Hindu.
Tenho plena consciênsia do Please Horn, mas o motorista deste autocarro abusa e ainda por cima é uma buzina particularmente sonora e aguda. Ponho-me a contar o tempo que passa de uma buzinadela para a outra e faço uma média, será de 20 em 20 segundos...e estou a ser generosa. Há claro tambem as buzinas dos outros veículos mas esta irrita-me particularmente e são mais de 4 horas neste verdadeiro tormento auditivo. Quando penso que fiquei surda, lá vem mais uma para provar que não estou mesmo. Estas estradas têm muito trânsito e a buzina é um meio se ser notado e tambem de afastar os outros do caminho. Já não aguento mais...Passadas três horas, pego no MP3 e verifico chocada que está quase sem bateria. Ponho o som no máximo e embora não afaste o som das buzinas, mas pelo menos atenua. Rezo para que a bateria dure, mas a minha oração é em vão, passado poucos minutos, desliga-se de vez. Volto ao som das buzinas...
Là fora continuam a passar por mim muitos edificios, muitos hoteis, vegetarianos e não vegetarianos e tambem com ambas as opções, é o que anunciam em placas coloridas ou escrito nas próprias paredes a tinta.
Mais uma paragem. Entram vendedores de amendoins torrados embrulhados em papel de jornal em forma de pequenas pirâmides, mornos e saborosos e de pipocas. Mas o mais opriginal é um vendedor de uns elásticos para o cabelo que se faz acompanhar de uma cabeça de um manequim com uma farta cabeleira negra e vai demonstrando in loco os penteados imaginativos que o elástico pode fazer. As mulheres parecem interessadas a ver, mas nenhuma compra o elástico.
Em Chidambaram troco de autocarro e demoro mais de duas horas a chegar a Pondycherry, ex-colónia francesa, à hora de ponta numa Quinta feira de fim de tarde.
Instalo-me no Park Guesthouse, um dos ashrams de Sri Aurobindo.


Imagens de Kerala e Madurai, os primeiros dias de viagem:


Restaurante típico em Madurai

Praia de Cherai em Kerala

Pormenor do templo Meenakhsi em Madurai

Maquina para preparar sumos de cana de açucar em Madurai






 

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