quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Alojamento - Parte III




E porque as dormidas e os alojamentos, quer sejam bons ou maus, fazem parte das viagens, são sempre parte integrante do nosso album de fotografias e das nossas memórias.
Muitas vezes são lugares onde conhecemos outros viajantes com quem trocamos experiências, emails e contactos, e tambem a partilha de algumas horas com os locais, pois como são sitios mais pequenos e familiares, esse convivio acaba por ser muito mais natural do que num hotel grande e frio.

Dão-nos tambem pequenas lições de vida, no sentido de valorizarmos mais o que temos: o conforto da nossa casa, a limpeza da nossa cama e o quanto  que cada gota de água que cai de um chuveiro vale ouro. Olhamos para o que temos e chegamos à conclusão de que as nossas queixas e insatisfações no dia-a-dia são desnecessárias e até futeis, porque o que temos já é muito.

O bom e o mau são efectivamente conceitos algo relativos.
Lembro-me sempre de  duas jovens norte americanas que conhecemos em Ouzod, no Sul de Marrocos  num Café. Aproveitámos para nos queixarmos das fracas condições do hotel onde estávamos alojados e elas que estavam noutro hotel elogiaram o sítio onde estavam, e nós fômos dar uma vista de olhos olhos, a pensar numa mudança para a noite seguinte, mas o lugar era tão mau como o nosso.
As jovens tinham vindo por terra desde a Mauritânia onde tinham feito voluntariado durante três meses a dormir no chão e sabe-se lá em que condições...Chegámos à conclusão de aquele pequeno e básico hotel marroquino devia ser quase  um luxo para quem dormiu  num sitio remoto da Mauritânia!
Elas próprias exclamaram: "Até que enfim que chegámos à civilização!".

A nossa cama, em viagem, pode ser a de um hostal, um hotel, uma casa familiar, uma tenda, ou até o banco de uma camioneta ou de um comboio e ao fim de dias e semanas na estrada sabe bem voltar à nossa casa e à nossa cama, para passados uns dias começarmos já a pensar e a sonhar com a proxima viagem!

 

Com vista para uma praia Albanesa

Com esta localização mesmo em cima da praia e vista frontal para o mar, a simplicidade do quarto do Hotel passou para segundo plano. Dhermi é uma estância balnear no Sul da Albânia. As areias são brancas e macias, infelizmente nem sempre muito limpas e as águas são cálidas e transparentes.
Não se via quase ninguem e a maior parte dos hoteis estava fechado e alguns até pareciam
abandonados. A escolha não era muito grande.Tínhamos um quarto simples, mas grande e limpo com acesso directo à praia.





Quarto com vista para o lago Ohrid



Quarto com vista para o lago e montanhas foi o que tivemos em Ohrid, na Macedónia. Há muitas opções em Ohrid, algumas bastante económicas. Palmilhámos as ruas empedradas da zona antiga da cidade  drante bastante tempo sem nos conseguirmos decidir onde ficar. Houve até um casal que nos abordou e insistiu em mostrar os quartos que alugavam na sua moradia e por apenas 15 € a noite, mas a verdade é que a casa ficava no alto da cidade e eu tinha mesmo muita vontade em ficar junto ao lago, de preferência num sítio com vista, e tambem porque é possível tomar banho nas águas completamente transparentes do lago e alguns dos pequenos hoteis e alojamentos particulares  têm acesso directo ao mesmo.
Por 25 € ficámos num desses hoteizinhos em cima do lago num quarto nas águas furtadas com uma varanda agradável com uma vista impressionante, e ao lado de uma pequena praia de seixos onde podíamos nadar.
Tomávamos o pequeno-almoço na varanda, e observávamos uma familia de gansos que deslizava tranquilamente pelas águas profundas do lago e outras aves, que excitadas pelo Sol matinal executavam verdadeiros bailados no céu.
" Vida dura...", pensávamos sorrindo.



O privilégio de dormir em Santorini

Visitar Santorini em Outubro tem imensas vantagens. Uma delas é a possibilidade de facilmente conseguirmos arranjar um bom negócio em termos de alojamento, o que nesta ilha em época alta é de todo impossível, pois os preços são altissimos e muitos sitios simplesmente esgotam.

Mal saímos da camioneta que nos traz do cais de embarque dos ferries, um homenzito aborda-nos e convence-nos a irmos ver os quartos que tem para alugar na sua pequena pensão familiar. Perto do centro de Thira, onde tudo acontece, acordamos ficar por 3 noites por um preço total de 50 €, num quarto simples e limpo com varanda e ainda uma pequena piscina onde sabe muito bem acabar estes dias solarengos de inicios de Outubro. Em época alta, nos meses de Verão, sería impossivel encontrarmos estes preços.
Estamos bem localizados, a pouco mais de 5 minutos a pé do centro de Thira, o quarto é limpo e ainda temos piscina...e estamos no Paraíso de Santorini...Não precisamos de mais nada!




O prémio do Club Med

Embora os Resorts do Tudo Incluído não façam parte da nossa  lista de opções de alojamento, até porque não são para os nossas bolsos e preferimos gastar o dinheiro noutras coisas, pois entre ficar uma semana num resort ou viajar por 3 semanas ficando para isso em locais mais singelos, é claro que preferimos a segunda opção, mas tendo ganho um prémio de 7 noites num Club Med em Marrocos, resolvemos aproveitá-lo e depois prolongar por mais uns dias a viagem e conhecer outros lugares em Marrocos.
Nesta nossa 2ª viagem a Marrocos, dividimos o prémio por 4 noites no Club Med em Agadir e 3 noites no Club Med Le Palmeraie em Marraqueche.
Apesar de tudo, estes Reorts franceses do Club Med têm alguma preocupação pelo meio onde estão inseridos e apostam numa construção mais na horizontal do que vertical, à base de pequenas moradias que não ultrapassam o 2º piso, e com zonas ajardinadas e respeitando a arquitectura local, pelo menos estes em Marrocos.

A enorme piscina do Club Med Palmeraie em Marrkech

Muita comida, muitas bebidas, muita animação, agradáveis piscinas, quartos confortáveis....
O Club Med em Agadir fica mesmo em cima da praia, mas o de Marraqueche fica longe do centro da cidade, mas disponibilizam uma camioneta que de meia em meia hora assegura esse trajecto.
Mas em Marraqueche vale a pena ficar alojado mesmo no cnetro, na Praça Djema El Fnaa ou até mesmo num dos simpáticos Riads na confusa Medina. Se há um lugar atmosférico no mundo, um deles é sem duvida Marrakech!






Vida de mochileiro em Ouzod - Marrocos

Para contrastar com o prémio ganho no Club Med, eis o hostal muito simples onde ficámos nas cascatas de Ouzoud a Sul de Marrakech.
A pequena cidade não tem quase oferta nenhuma. Contámos 3 alojamentos enquanto procurámos, e é dificil escolher qual o pior...
E nem é por uma questão de preços. São todos económicos e o mais barato ainda consegue ser o menos intragável...
Os duches no corredor do hotel e a pagar...
Há que dizê-lo: o quarto é grande. Há uma cama de casal encostada à parede e uma de solteiro no lado oposto. Os lençóis estão sujos. Chamamos o empregado. Ele encolhe os ombros, entra no quarto ao lado e tira os lençois da cama desse quarto e muda a nossa cama. Estes lençois não estão mais limpos. Agora quem encolhe os ombros sou eu. Nesta altura tinha dado jeito o meu lençol "milagreiro" que é todo fechado e nos metemos lá dentro como num saco cama, mas infelizmente não o levei comigo...Resta-me deitar toda vestida, meias e tudo.
Como estamos no ultimo dia do Ramadão, durante a noite a musica alegre e tradicional marroquina que se ouve lá de fora até às tantas, até faz esquecer a precariedade do lugar. In Shalla... 



O Tin Tin Syrio

Um dos sitios mais decrépitos que nos calhou foi em Lattakia, cidade portuária à beira mar,na Syria.
Mais uma vez, nesta grande cidade as opções de alojamento não são muitas. Há os grandes hoteis, caros e inadequados para quem viaja de mochila às costas, e na classe económica o pouco existente parece ruim. Há muitos sitios que têm até verdadeiras zonas para viajantes independentes com hoteis e hostais lado a lado onde tudo se concentra e é fácil saír de um para o outro enquanto estamos a procurar, mas não é o caso de Lattakia. Cidade grande, industrial, com muitos prédios, trânsito e incaracteristica onde ficamos apenas uma noite e que serviu de base para visitarmos as atracções nas redondezas.
No Lonely Planet,as referências ao hostal do "Tin Tin", porque o seu simpático proprietário é um verdadeiro apaixonado pela figura da banda desenhada e depressa comprovamos quando lá chegamos, tem referências positivas.
À medida que vamos subindo as escadas, vamos admirando as colagens e quadros todos alusivos ao Tin Tin, e tento não reparar numa ou noutra barata que se afastam a correr nos degraus.
No Lonely Planet as referências eram positivas, mas não sabemos como. Só mesmo o simpático proprietário e os objectos e pinturas alusivas ao Tin Tin salvam o lugar!



Old Damascus

Na Syria faltam infelizmente muito daqueles lugares económicos, limpos e simpáticos prõprios para mochileiros. Um dos hoteis muito bem referenciados pela Lonely Planet em Damascus, talvez mesmo o mais bem referenciado, e daí esgotar rápidamente, tambem não tinha infelizmente vaga para nós. Tentámos marcar por telefone durante a viagem e quando chegámos a Damascus, fomos até lá na esperança de ter havido uma desistência. Não vimos os quartos, mas a Recepção e o atraente pátio com mesas e cadeiras em ferro fundido, e repleto de plantas conquistaram-nos de imediato, mas tal como prevíamos, estava completo.
Logo ao lado num beco um pouco escuro, encontrámos um hostel económico inde acabámos por ficar.
Não tão atmosférico como o anterior, mas tambem com um pátio agradável e situado num edificio antigo com portadas e tectos em madeira.


Os dormitórios vistos da janela do corredor onde ficava o nosso quarto, no edificio principal.
Um simples anexo coberto por uma tela de lona, para os mochileiros que viajam sózinhos ou que querem mesmo poupar, já que as camas custavam menos do que 5 €.




O nosso quarto dava para este simpático corredor.







A dormida na cidade das noras - Homs

O nosso quarto, simples mas imaculadamente limpo e muito bem localizado no centro de Homs, na Syria.

 






Em casa de uma familia Libanesa

Em Bcharee, num lugar deslumbrante chamado Vale do Kadisha, aka Vale Sagrado, dormimos no Tiger house, mais uma pensão familiar do que outra coisa. O casal de donos vive aqui e partilhamos a casa com eles e os seus familiares. Uns colcões muito confortáveis sobre o chão alcatifado foram a nossa cama durante um par de noites. A empregada interna e etíope da casa confeccionava ainda refeições deliciosas e muito económicas que à noite comíamos no pátio exterior entre outros viajantes e a própria famila da casa.









Vista para Istanbul

Em Istanbul oferta não falta. É obrigatório ficar num sítio que tenha vista para o Mar Marmara e o casario disposto de forma irregular pela colina. Debaixo de um tecto de videiras e iluminados por um sol Outonal, tomávamos o pequeno-almoço no terrraço panorâmcico deste hostal situado em Sulthanamet, o centro antigo da cidade.
 

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