quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Disse-me um adivinho






Uma das prendas que me ofereceram de que mais gostei, foi um livro de uma brilhante colecção de livros de viagens editada pela Tintas da China. Os livros de capa dura, têm uma côr apelativa, há vários tons de verde, azul, etc e os títulos e as imagens são a preto. O que me ofereceram é em vermelho e foi escrito por um homem que já não está fisicamente entre nós, mas que muito admiro: Tizzaini Terzani.

Sou sincera. Fiquei a conhecer o autor com a oferta do livro. Mea culpa, Mea culpa...
Mal comecei a ler as primeiras páginas do livro, fiquei logo cativada e fui de imediato em busca de informação sobre o escritor, tendo mesmo encontrado uma página de facebook que logo adicionei.
Nasceu perto de Florença, no seio de uma familia muito pobre na decada de 30, do século passado, e tornou-se depois de outras profissões com as quais não se identificou, jornalista ao serviço de vários jornais, um deles o Der Spiegel, tendo sido como correspondente deste jornal alemão que terá ido viver para a Ásia, onde viveu durante dezenas de anos, tendo feito a cobertura da guerra do Vietname.

Disse-me um adivinho, conta as viagens que o autor fêz durante cerca de 1 ano pelo Continente Asiático sempre e unicamente por terra ou mar, quando resolveu levar a sério a previsão de um adivinho chinês de que sofrería um acidente aéreo em 1993.
Nessa altura vivia em Bangkok e apesar de ser correspondente da Ásia do Der Spiegel, o que naturalmente o obrigava a várias deslocações de avião, decidiu banir as viagens aéreas durante esse ano.
Continuou a viajar, mas de camioneta, de comboio, de barco...

Foi durantes estes meses que experimentou o verdadeiro prazer das viagens.

Normalmente sou daquelas leitoras rápidas, que despacha rapidamente um livro, mas quando gosto mesmo de um livro, não o consigo ler depressa demais...Tenho pena de chegar ao fim. Vou saboreando lentamente as palavras e frases.
Por vezes surge um apetite voraz de ler mais e mais, de devorar as páginas de tão interessantes que são. Mas consigo refrear esses desejos e volto à  leitura mais contida e então chego a passar um bom par de meses com o mesmo livro na mesinha de cabeceira.

Foi o que aconteceu com este. Foi, tal como as viagens que Terzani fez durante esse ano, uma viagem longa, lenta e muito agradável.

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